Em abril de 2016, fiz uma viagem muito especial para a Ásia, em que conheci a Tailândia e Índia! Foi minha primeira vez no continente, e o amor foi tanto que voltei 3 vezes nos últimos 2 anos, para conhecer outros países pelos quais fiquei encantada também – como a Indonésia, que virou meu grande amor 💙
Nesse post, resumi várias dicas sobre o roteiro que fiz na Índia, que dessa vez foi mais turístico – mas tenho muita vontade de ir um dia para ficar em Ashram e praticar bastante Yoga também! Inclusive, tinha sonhado muito tempo antes de ir para lá justamente por ser o berço dessa filosofia que admiro tanto. Mas pesquisando bastante e conversando com meu pai (que já havia ido 4 vezes pra lá, levando grupos, porque ele dá aulas sobre filosofia da Índia), percebi que queria aproveitar essa primeira ida pra conhecer diferentes facetas desse país tão fascinante.
Como a primeira parte da minha viagem seria para a Tailândia, deixei 12 dias pra ficar lá e os outros 14 dias para a Índia, já que precisaria de mais tempo porque queria conhecer muitas cidades. E como contei pra vocês, meu pai quis ir comigo porque, já que ele estuda a Índia e suas filosofias há mais de 30 anos, ele quis me acompanhar pra me apresentar esse país e sua história!
Nosso roteiro ficou o seguinte:
2 dias em Nova Delhi
1 dia e meio em Varanasi
3 dias em Jaipur (em um deles fizemos um bate-volta pra Pushkar)
2 dias em Jaisalmer
1 dia e meio em Jodhpur
1 dia e meio em Agra (no primeiro dia fomos pra Fatehpur Sikri)
1 dia em Nova Delhi de novo
Mapinha da Índia pra ajudar vocês a entenderem melhor o roteiro (tive a ousadia de acrescentar Jaisalmer que não estava aparecendo nesse mapa, e aproveitei pra desenhar a trajetória que fizemos)
Se você optar por seguir um roteiro parecido com o meu, recomendo ter pelo menos 15 dias inteiros pra poder fazer tudo com mais calma, porque os últimos dias foram muito corridos e acabou ficando bem cansativo – e eu, pelo menos, não sou muito fã de conhecer uma cidade em só um dia, mas é que nesse caso eu tinha bem pouco tempo e quis otimizar como pude, e não me arrependo disso porque foi encantador poder conhecer tantas partes incríveis da Índia.
Nova Delhi: Ficar 2 dias inteiros.
Nós ficamos um dia e meio e ainda faltou conhecer alguns lugares, mas eu achei que foi o “suficiente” porque Delhi é BEM intensa. A cidade é uma loucura, bem poluída e seca (levem protetor labial! hahaha mas vou dar mais dicas em um próximo post), trânsito caótico, mas é ótimo já chegar por lá porque você entra no clima da Índia e fica preparado pra tudo que está por vir. É bacana conhecer a velha Delhi, o templo de Lakshmi (muito emocionante! Tem mensagens lindas, leve caderno pra anotar porque não dá para entrar de celular), que é esse templo abaixo:
Conheça também o Lotus Temple e, principalmente, o Akshardham temple. Esse último é INCRÍVEL, ele foi construído há menos tempo e você não pode entrar com celular nem camera nem nada nele, então não adianta levar. Algo que eu queria muito ter levado era um lápis pequeno e uma folha de papel no bolso, porque tem uma parte dele ao ar livre que forma uma flor de Lótus gigante e tem vaaaarias citações maravilhosas de filósofos, cientistas, escritores e etc falando sobre Deus e inspiração. São lindas demais, vale a pena descer pra ler todas elas e se inspirar. Se conseguir, faça isso de levar um lápis no bolso e uma folha de papel também pra conseguir anotar algumas! (e me mandem depois, porque eu procurei no google algum site que tivesse todas elas reunidas e não consegui encontrar! #frustradíssima hahaha)
VARANASI: Ter pelo menos 1 dia inteiro (ou seja, dormir 2 noites).
Eu fiquei muito na dúvida sobre ir pra Varanasi ou não porque era mais pra leste, sendo que depois eu teria que ir pro extremo oeste da Índia (Jaisalmer fica quase na fronteira com o Paquistão, e Jodhpur e Jaipur são “caminho”), então era bem “contra mão” ir pra lá. Mas ir foi a melhor decisão (graças às dicas do meu pai), porque essa cidade tem uma energia simplesmente inexplicável. Nós fomos de avião porque é bem rápido e não tínhamos muito tempo, mas é possível ir de trem também.
Foi o lugar em que eu mais me emocionei, porque é onde são feitos os rituais no rio Ganges (que pra eles é muito mais que um rio, é considerado uma deusa), e ter visto o nascer do sol lá e andado de barquinho pra ver os Ghats (as escadarias na lateral do rio que percorrem quilômetros) foi uma das experiências mais lindas que já tive. Tem gente se banhando, lavando roupa, meditando, cremando seus entes falecidos (pro indiano é uma honra muito grande terminar a vida em Varanasi), tudo. É uma energia muito especial e difícil de explicar, mas foi o lugar em que eu mais me senti conectada com Deus na vida.
À tarde nós visitamos Sarnath, que fica a 12km de Varanasi, e é o local onde Buda proferiu as 4 nobres verdades e colocou a “roda da verdade” em movimento, e foi bem bacana porque gravei alguns vídeos especiais do meu pai explicando sobre esses preceitos do Budismo e isso também estará no canal do Youtube em breve!
À noite, fomos pra beira do Ganges de novo, dessa vez para assistir o ritual do fogo, que é feito todos os dias para purificar tudo que ocorreu durante o dia e iniciar o dia seguinte com as melhores energias.
JAIPUR: Ficar 2 dias inteiros (3 noites).
De Varanasi, pegamos um vôo com conexão em Delhi pra Jaipur, que é chamada de “pink city” porque boa parte da cidade tem tons rosados. Amber Fort e City Palace são os passeios mais conhecidos, fomos no primeiro dia e o City Palace é a coisa mais linda! Eu sonhei por muito tempo em encontrar essas portas coloridinhas, e dentro do forte você encontra várias, além de ter uma vista simplesmente maravilhosa (vocês vão ver no vídeo!!).
mportante: existe a opção de fazer a subida até o forte de elefante, mas não recomendo que façam! A experiência de ir no forte é super linda e você não precisa andar em elefante para que fique mais legal. É muito triste ver esses animais sendo explorados, e acredito demais que eles não têm que servir de entretenimento para nós – o lugar deles é livres, na selva. Se tem vontade de conhecer um santuário de verdade, onde elefantes são bem tratados depois de terem sido resgatados de atividades exploratórias, aí sim vale muito a pena! Na Ásia tem um em que eu fui e recomendo, que é o Elephant Nature Park na Tailândia (em Chiang Mai). Expliquei melhor nesse post, que tem todas as dicas da viagem para a Thai!
No segundo dia, fomos pra uma cidade próxima chamada Pushkar para conhecer o único templo de Brahma da Índia.
Por mais que tenha sido uma experiência bacana, se tiverem pouco tempo não recomendo que façam isso porque demora 3 horas pra chegar saindo de Jaipur, e vocês conseguem fazer vários outros passeios incríveis em Jaipur mesmo. Um lugar que todos falam que é maravilhoso é o Monkey Temple (Galta Ji), que nós íamos conhecer no terceiro dia em Jaipur mas eu passei mal do 2º pro 3º dia então tive que ficar no hotel descansando nesse dia inteiro. Vou contar melhor sobre esse “causo” no próximo post sobre a Índia, em que reunirei dicas diversas pra quem está planejando uma viagem pra lá!
JAISALMER: Ficar 2 dias inteiros (3 noites).
De Jaipur, pegamos um trem noturno pra Jaisalmer (sim, isso rola muito lá e é incrível! Mas no post de dicas da Índia que farei aqui no blog em breve vou falar alguns pontos importantes na hora de escolher a classe e etc)!
Nós só ficamos duas noites (que resultaram em menos que dois dias lá), sendo que a primeira delas passamos dormindo no deserto, então foi só uma no hotel. Nós chegamos, deixamos as malas no hotel e almoçamos lá mesmo, e lá pras 3 da tarde já fomos pro deserto de Thar, que fica a uns 40 minutos de lá, onde primeiro fizemos o passeio de camelos e vimos o pôr do sol, depois voltamos pra uma instalação que o pessoal que organiza o passeio tem no meio do deserto (uma salinha, cozinha, um ambiente externo com uns bancos e também alguns quartos caso alguém prefira dormir lá) e jantamos ao som de música e dança indiana, e então lá pras 10 e pouco da noite um carrinho nos levou meio do deserto pra dormirmos em umas caminhas super fofas que já estavam preparadas pra nós – no caso, “nós” éramos eu, meu pai, duas espanholas e um canadense, todos mais ou menos da minha idade, e tivemos muita sorte porque eles eram incríveis! Inclusive o canadense era “sailor” (marinheiro) e me ajudou a consertar o cabo da minha Gopro (que estava “frouxo” na parte mais perto da câmera então ficava caindo) com um truque que fez com uma corda que ele carregava na mochila, e isso simplesmente me salvou no resto da viagem hahaha.
E essa experiência, pra mim, ficou entre as 3 mais extraortinárias da Índia: dormir no meio do nada (e, portanto, tudo), olhando as estrelas, sem tenda nem nada. É tanta adrenalina que você acha que nunca vai conseguir dormir, e ao mesmo tempo é uma paz surreal ficar olhando para aquele céu incrivelmente estrelado! E o amanhecer então? Se um dia você for pra Índia, você tem que viver isso, de verdade!
Uma observação sobre o passeio de camelos: sinceramente, não foi a parte mais legal da experiência. Como eu expliquei na parte sobre Jaipur (sobre os elefantes), realmente não recomendo essas atividades em que os animais são usados para o lazer do ser humano, porque eles passam a vida sendo explorados ao invés de viverem livres. Não posso mudar o passado, mas hoje digo com toda certeza que, se for para qualquer lugar em que haja passeio de camelo ou outro animal, não vou fazer, porque não é isso que torna a experiência especial. Então se forem pra Jaisalmer, o que realmente indico é fazerem o passeio com o carrinho aberto deles (que é SUPER legal) e dormirem no deserto, e tenho certeza de que vão amar muito!
No dia seguinte, depois de acordarmos e curtirmos o nascer do sol, voltamos pra Jaisalmer e fomos dar uma volta pela cidade. É bem bacana ter pelo menos um dia inteiro pra isso, porque dentro do Forte de Jaisalmer é praticamente uma cidade (meio labirinto inclusive, são muuitas ruelas e você se perde demais! hahaha) e tem vários cantinhos lindos pra descobrir por causa da arquitetura típica do Rajastão, além das lojinhas bem legais.
JODHPUR, “cidade azul”: 2 dias inteiros.
Nós saímos de trem cedinho de Jaisalmer e chegamos na hora do almoço em Jodhpur, demos uma volta pela cidade e no dia seguinte visitamos Mehrangarh Fort, o ponto turístico mais famoso da cidade, que realmente é bem incrível.
Jodhpur foi o lugar que mais me surpreendeu, porque eu não esperava muito, mas foi a cidade em que achei as pessoas mais simpáticas e amorosas, além de, é claro, ter descoberto lá um passeio que também ficou entre os que mais amei na Índia: o “Flying Fox”, um conjunto de 6 tirolesas na parte de trás do forte que proporcionam uma vista simplesmente INCRÍVEL!
Acho que nesse vídeo dá pra perceber como eu fiquei bem feliz, né? Hahahaha. Com certeza está entre as 3 aventuras que mais amei da Índia, junto com a noite no deserto e o amanhecer em Varanasi!
E andar pelas ruas de Jodhpur também é super bacana, porque além de a cidade ser uma graça e cheia de construções azuis, lá eles têm muitas lojas de fábrica em que vendem aquelas “colchas” (textiles) todas trabalhadas e simplesmente lindas por preços muito bons, além de terem também muitas lojinhas de acessórios, chás, temperos e etc.AGRA: 2 dias inteiros.
Fomos de trem noturno de novo pra Agra, e no primeiro dia conhecemos Fatehpur Sikri, uma cidade próxima de lá que foi construída no século XVI por Akbar, o terceiro imperador mogol da Índia, que teve papel fundamental na história do país. Inclusive, ele era avô de Shah Jahan, que construiria o Taj Mahal cerca de 70 anos depois.
No dia seguinte, foi a vez de conhecer a maior prova de amor do mundo no amanhecer! Ficamos na dúvida entre ir no pôr do sol ou início do dia, mas todos indicaram que fôssemos cedinho mesmo. Quando forem, procurem chegar lá um pouco antes das 6, porque depois lota muito – e a fila pra entrar é gigante!
Depois de Agra nós voltamos pra Delhi e chegamos ao fim da nossa viagem!
Como falei pra vocês, foram muitas cidades e no final acabou ficando cansativo, mas não me arrependo porque foi simplesmente maravilhoso – e extremamente transformador também. A Índia tem uma energia intensa e sim, é bem caótica em certos aspectos (trânsito, sujeira, etc). Mas a energia é algo difícil de explicar. Você percebe muito a vibração de espiritualidade, e muitas sensações emergem do seu ser em cada lugar visitado. Acredito demais que cada lugar nos ajuda a despertar coisas em nós que precisávamos enxergar, e por isso que por alguma razão sentimos que temos que ir até lá. Então se um dia você sentir que precisa ir para a Índia, seja para um roteiro com mais tempo no Ashram ou para conhecer mais cidades, vá! E coloque um propósito, algo que você sente que quer transformar em si durante a viagem. Tenha certeza de que você será muito ajudado pelas energias do lugar – afinal, toda viagem tem muito a contribuir para a nossa jornada de autoconhecimento. 💙